Tese de Doutorado: Significados da Experiência de Fotografar sob a Perspectiva da Teoria da Complexidade

Tese de Doutorado de José Júlio Martins Torres em Psicologia

As experiências vivenciadas na infância marcaram a existência deste pesquisador com imagens de grande significado, que lhe despertaram o gosto pela fotografia e pelos estudos da teoria da complexidade. Diferentemente da tranquilidade que marcava aquela época, neste momento contemporâneo, a humanidade está vivendo uma realidade dominada pela liquidez, pela aceleração e pela cultura do efêmero, e caracterizada pelo hiperconsumo. As pessoas, entretanto, parecem consumir mais as imagens do que as realidades que essas imagens representam. E as aparências registradas podem nem sempre apresentar fielmente a realidade. Considerando-se esse contexto, e que processos de fotografar parecem ser processos complexos, o objetivo deste estudo consistiu em identificar significados que fotógrafos atribuem às suas experiências nos processos de fotografar. Para tanto, desenvolveu-se uma investigação de enfoque qualitativo, de natureza exploratória, mediada pelas pesquisas bibliográfica e de campo. Assim, na literatura estudada, foi possível identificar evidências da existência de características complexas na experiência de ócio, na Estética e na Fotografia, o que levou a se inferir que a sensibilização pela visão complexa pode ampliar as possibilidades de vivências de experiências de ócio estético durante os processos de fotografar. E no campo, mediante a utilização de entrevista narrativa, buscou-se produzir dados para identificar essas experiências, seus componentes e respectivos significados. Levando-se em consideração a teoria das representações sociais, esses dados foram analisados com o uso da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC e formatados e registradas com o auxílio do software Qualiquantisoft. Partindo dessas análises, os componentes e significados identificados permitiram inferir que essas experiências são expressas, para esses fotógrafos, como experiências de contemplação e de atitude de criação – cujo horizonte é a beleza – e que ensejam grande prazer de fruição, contendo características, componentes e significados semelhantes aos de experiências de ócio estético.

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