O Ócio nas Culturas Contemporâneas (Resenha) – Teorias e Novas Perspectivas em Investigação

A obra apresenta reflexões sobre ócio, tempo livre e lazer nas culturas contemporâneas numa perspectiva transdisciplinar, envolvendo trabalhos de três grupos de investigadores: um grupo de Portugal que trabalha no contexto do Programa Doutoral em Estudos Culturais da Universidade de Aveiro e do Minho; um segundo grupo, da Espanha, que tem como referencial os estudos multidisciplinares desenvolvidos no Instituto de Estudos do Ócio da Universidade de Deusto; e o terceiro grupo, do Brasil, a partir das investigações desenvolvidas no Laboratório de Estudos sobre Ócio, Trabalho e Tempo Livre, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza, que mantém interfaces com diversos grupos de estudos no Brasil sobre os temas em foco.

Os organizadores da obra são o professor José Clerton Martins, da Universidade de Fortaleza, Brasil e a professora Maria Manuel Baptista, da Universidade de Aveiro, Portugal. O volume, que se apresenta em formato normal em papel e, atendendo à demanda tecnológica da contemporaneidade, encontra-se também no formato de e-book (pdf), está estrategicamente bem dividido em dois grandes blocos. O primeiro, intitulado “Um olhar multidisciplinar sobre o ócio – mobilizar teorias e desenhar genealogias”, eminentemente teórico, é composto por sete capítulos. Os cinco primeiros capítulos são conceituais, filosóficos e epistemológicos, e os dois últimos são mais voltados para a prática e a experiência do ócio. Na parte mais teórica são abordados: conceitos relacionados ao tempo livre, ócio e lazer, convocando também o conceito de experiência; uma epistemologia sobre ócio e trabalho; uma leitura filosófica do ócio, a partir da fenomenologia e hermenêutica heideggereana; uma reflexão sobre o ócio à luz da estética baumgarteniana; e um resgate do paradigma do sábado na mitologia hebreia. Na parte final deste primeiro bloco, mais voltada para a prática, são apresentados: uma reflexão poética sobre a experiência de ócio na literatura e um resgate da experiência temporal de Kairós na prática esportiva recreativa.

Já o segundo bloco, denominado de “Perspectivas emergentes em estudos do ócio”, mais voltado para estudos empíricos, se compõe de nove capítulos em que a proporção do teórico versus prático é invertida. O primeiro desses nove capítulos apresenta a teoria do ócio na perspectiva humanista proposta pelo Instituto de Estudos de Ócio da Universidade de Deusto. O capítulo seguinte, que aponta as possibilidades de ócio e de lazer se manifestarem como realidades na contemporaneidade, abre caminho para os sete capítulos que se seguem e que apresentam estudos empíricos sobre vivências do tempo livre, do ócio, do lazer e da animação sociocultural.

Assim, a obra contém 16 capítulos estrategicamente distribuídos, de maneira a proporcionar uma reflexão sobre o ser humano na sua relação com suas elaborações temporais, suas vivências e significados nas culturas contemporâneas.

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