A ação é uma decisão, uma escolha, porém, é também uma aposta.
Porém, na noção de aposta está a consciência do risco e da incerteza. Toda estratégia, em qualquer domínio que seja, tem consciência da aposta, e o pensamento moderno tem entendido que nossas crenças mais fundamentais são objeto de uma aposta.
A ação é estratégia. A palavra estratégia não designa um programa predeterminado que baste para aplicar, sem variação no tempo. A estratégia permite, a partir de uma decisão inicial, imaginar um certo número de cenários para a ação, cenários que poderão ser modificados segundo as informações que nos cheguem no curso da ação e segundo os elementos aleatórios que sobrevirão e perturbarão a ação.
O problema da ação deve também fazer-nos conscientes dos desvios e das bifurcações: situações iniciais muito próximas podem conduzir a desvios irremediáveis.
O domínio da ação é muito aleatório, muito incerto. Impõe-nos uma consciência muito aguda dos elementos aleatórios, dos desvios, das bifurcações, e nos impõe a reflexão sobre a própria complexidade.