Neste Artigo, o Professor Emérito da Universidade de Barcelona, Frederic Munné examina algumas das principais concepções atuais sobre a Complexidade em diferentes campos disciplinares: o antecedente sistêmico da complexidade organizada, a complexidade pelo ruído, a complexidade informacional algorítmica, a complexidade dos sistemas caóticos e das estruturas dissipativas, a complexidade fractal, dos sistemas evolutivos, a funcional-estrutural dos sistemas sociais, a complexidade da complexidade, e as concepções implícitas nas teorias das catástrofes e dos conjuntos borrosos (fuzzy). Ele questiona se essas respostas abordam ou não um mesmo fenômeno e conclui que se trata de um conceito epistemológico essencial que como tal é borroso (fuzzy). Sobre essa base, se apresenta uma concepção forte da complexidade, como paradigma epistemológico emergente alternativo ao dominante desde os gregos que se baseia na simplicidade. A concepção proposta é transdisciplinar, tem uma múltipla essência empírica e teórica, e se centra na complexidade como o conjunto de propriedades qualitativas irredutíveis de um fenômeno ou processo, natural ou humano, dadas principalmente pela caoticidade, a fractalidade, o catastrofismo a borrosidade (fuzzicidade). Essa concepção, que torna possível um estudo dos aspectos complexos do objeto investigado sem distorcê-lo cartesianamente, é descritível, definível operativamente, empiricamente contrastável e com possibilidades de manipulação e intervenção. Assim entendida, a complexidade não se opõe à simplicidade (sim, à simplificação), já que esta passa a ser um caso limite daquela, o que tem profundas consequências particularmente sobre a imagem do ser humano e a compreensão de seu comportamento individual e social.
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