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A Complexidade estuda os processos de emergência de coerência espontânea no limiar do caos – uma zona crítica onde a ordem perde sua rigidez e a energia e as forças liberadas nesse processo podem tanto criar padrões dinâmicos complexos ou juntar-se ao mar turbulento do caos.
A palavra ‘complexo’ origina-se da palavra do Latim ‘complexus’, que significa ‘totalidade’ (Tudo tecido junto), e ‘complecti’, que significa ‘abraçar’. A totalidade da existência manifesta suas dinâmicas, no seu movimento sem fim. Quando tenta abraçar essa totalidade, a complexidade se foca na sua quase miraculosa habilidade de se auto-organizar – uma habilidade que pode revelar o máximo do seu poder criativo no limiar do caos.
Nós não somos inconscientes sobre a habilidade auto-oganizadora da complexidade – nós somos seus produtos: nós sentimos seu poder não apenas no nosso crescimento físico e habilidade reprodutiva, mas também na intensidade e magnitude dos nossos sentimentos e da nossa capacidade mental; e, ao mesmo tempo, nós não somos tampouco conscientes sobre auto-organização – nós não podemos criá-la: nós não podemos empurrar a auto-organização para ir para onde queremos que ela vá, nós não podemos lutar contra o seu tremendo poder. Nós não podemos fazer a coerência espontânea emergir de acordo com o nosso desejo, mas podemos plantar sua semente e nutri-la; a espontaneidade precisa de um portal para irromper e um espaço para manifestar seu potencial criativo – o limiar do caos proporciona tanto o portal quanto o espaço para a espontaneidade.
No limiar do caos, quaisquer intervenções externas que forem alheias à habilidade auto-organizadora das dinâmicas complexas tendem a produzir falsas estruturas e ‘efeitos retardados’ com consequências destrutivas, particularmente para o processo da vida. Na criticidade da vida de um indivíduo a complexidade pode revelar seu poder criativo apenas através daquelas dinâmicas humanas que são autênticas.