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A sociedade é uma rede de interações e inter-relacionamentos de indivíduos e seus mundos naturais e articifiais (feitos pelo homem). As dinâmicas dessa rede e os processos da sua auto-organização, evolução e transformação estão no foco do estudo da complexidade social. Esse estudo está centrado na rica essência conceitual da ciência não-linear – a ciência da turbulência e do caos, emergência e fractais, auto-organização e criticidade: a Ciência da Complexidade.
A palavra “complexidade” origina-se da “complexus”, do Latim, que significa “totalidade” (tudo tecido junto); a Ciência da Complexidade estuda a totalidade das dinâmicas – forças, energias, substâncias e formas – que permeiam o Universo e que conectam tudo que existe numa rede de inter-relacionamentos dinâmicos e interações que engloba tudo. Distintas são as escalas de manifestação dessa rede – micro e macro, orgânico e inorgânico, animado e inanimado, natural e simulado, individual e social, planta, animal e humano. Embora distintas as escalas da rede, as dinâmicas de cada escala exibem características similares e regularidades. O estudo destas características e regularidades trouxe todo um novo paradigma – o Paradigma da Complexidade – no campo de pesquisa da dinâmica não-linear. Este campo inclui também as dinâmicas humanas: individual e social.
Um dos maiores físicos do século XX – Heisenberg – uma vez disse: “As mesmas forças reguladoras, que criaram a natureza em todas as suas formas, são responsáveis pela estrutura da nossa psique e também pela nossa capacidade de pensar” (Heisenberg, 1971). O Universo não escolhe um tipo especial de dinâmicas para manifestar através dos humanos e de outras coisas – através do restante das formas existenciais. As dinâmicas humanas formam seu âmbito na totalidade das dinâmicas universais autocriadas, autopropulsionadas e autossustentadas. O desafio para os pesquisadores sociais é estarem cientes dessa totalidade e revelarem as maneiras como ela se manifesta através da complexidade social.